sábado, 14 de agosto de 2010

A Casa de Hórus em Edfu



No Sul do Alto Egito, a mais de cem quilometros de Luxor, ergue-se o Templo de Edfu (Behedet em egipcio antigo), dedicado a Hórus, o falcão, Grande Deus do Ceú. Construído de 237 a 57 a.C, sob o reinado dos Ptolomeus, representa um aspecto tardio da arquitetuta religiosa egipcia. Foi edificado no lugar exato de um santuário muito mais antigo - provavelmente datando do Antigo Império - e tem grande interesse histórico, pois trata-se de um dos monumentos mais bem conservados do Egito Antigo. A construção ocupa  quase onze mil quadrados e originalmente fazia parte de um conjunto mais amplo, do qual só se recuperou o mamsi, o edificio onde uma vez por ano se celebrava o nascimento de Hórus. Esse impressionante monumento é um verdadeiro tesouro para quem deseja conhecer a civilização egipcia.
         Com certeza, não se trata da mais imponente construção religiosa egipcia. seus cento e trinta e sete metros de comprimento por setenta e nove de largura fazem dele um conjunto menos colossal  que os grandes santuários de Karnac ou Luxor, por exemplo.  A arquitetura de Edfu, no entanto, apresenta aspectos bem originais. Sua entrada orienta-se para o sul, oque de modo algum corresponde aos costumes egipcios, sendo talvés esta orientação devido a natureza do local. Além disso o interior do Templo oferece sutis jogos de luz e sombra : o pátio inundado de Sol opõe-se salas inteiramente escuras. A medida que o visitante avança, as trevas tornam-se mais espessas, até que, no santuário de Hórus, há apenas uma tênue luz. Sem dúvida, essa progressão tinha aos olhos dos egipcios um significado que hoje nos escapa.

 Através de suas paredes, voltamos aos tempos em que os sacerdotes entoavam os cânticos da manhã ao Deus-Sol, enquanto arômas de incenso percorriam as colunas do Templo. Ou até mesmo sentir,  a euforia do povo quando a Deusa Hathor adentrava pela porta nordeste, para realizar seu casamento Sagrado com Hórus.
No entanto, o Templo caiu em desuso como monumento religioso, sob o reinado do imperador romano Teodosio I, que decretou o fechamento dos Templos Pagãos. Como em outros lugares, muitos relevos esculpidos foram destruídos pelos seguidores da fé cristã, que dominava o Egito naquela época. O teto  enegrecido da sala hipostila, visivel hoje, acredita-se ser o resultado da ação de um incêndio provocado por fanáticos cristãos que desejavam destruir as imagens do Templo por  a considerarem demoniacas. 
                  No decorrer dos séculos, o Templo esteve enterrado sob as areias, á 12 metros de profundidade, tendo ainda seu terreno ocupado por casa construídas por habitantes locais, sendo apenas visivel a parte superior dos pilones. Em 1860, o egiptologo frânces Auguste Marriete inicia o trabalho de libertação do Templo de Edfu das areias.
Em 2005 o acesso ao Templo foi reformado com adição de um centro de visitantes e estacionamento pavimentado. Um sofisticado sistema de iluminação foi adicionado no final de 2006 para permitir sua visitação á noite.

 
                                                                   

                                                                               

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