quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Vamos a Festa?



Quem não gosta de uma festa? Há, é claro, exceções;  no entanto sempre nos sentimos embalados pela agitação, pela musica e pela diversão, ou em um sentido religioso, pelo contato com o sagrado. No Brasil, dependendo da região em que nos encontremos, as festividades variam muito. Aqui na Bahia, o sagrado e o profano se cruzam constantemente nas festas populares. No Antigo Egito não era diferente.

Havia festivais para celebrar a vida e a morte de parentes, festivais em honra de Divindades nacionais, e também aquelas para comemorar a época do plantio, da colheita e das cheias do Nilo. Durante o Novo Império (1552 a 1069 a.C.) tornou-se costume celebrar o retorno triunfante de um exercito vitorioso do exterior. Aniversários de faraós eram celebrados como dias sagrados, quando negócios não eram realizados, e escritórios públicos eram temporariamente fechados; e nos cinco últimos dias do ano, celebravam-se os nascimentos de Osíris, Haroéris, Set, Ísis e Néftis.

Os meses foram estabelecidos em calendários lunares pelos sacerdotes, no qual a cada um foi dado um nome especifico correspondendo ao festival ou a Divindade venerada naquele mês em particular. Essas celebrações se expressavam em dias de Lua Nova e Lua Cheia, bem como durante eclipses Lunares.

Assim como no nosso Brasil, o numero e a duração das festividades egípcias variava de acordo com a região. Na antiga cidade de Tebas, por exemplo, o primeiro festival do ano conhecido como a “Festa de Opet”, chegou a ser realizado durante um mês inteiro. Neste festival a imagem do Deus Amon-Rá era retirada de seu Templo em Karnak e conduzida em uma barca rio acima a outro templo em Luxor, onde permanecia durante cerca de 30 dias. Quando a imagem retornava à Karnak, uma procissão e festividades tomavam lugar.


Mais ou menos no final de Novembro, de acordo com nosso atual calendário, maciças multidões rumavam para a cidade de Abidos, um dos centros religiosos de maior veneração popular no Egito, para participar das cerimônias que reconstruíam a morte e renascimento de Osíris.



Magia e Religião inspiraram as primeiras danças do Egito, e nenhum festival estava completo sem sua presença. Multidões entoavam cantos e dançarinos realizavam surpreendentes acrobacias. Sacerdotes aplaudiam e sacerdotisas sacudiam seus Sistros para o ritmo da orquestra tocando em honra dos Deuses. Nessas ocasiões perguntas eram feitas as Divindades, que podiam ser respondidas com um “sim” ou “não” . Se a barca (nas mãos dos sacerdotes) inclinava-se para o solicitante, a resposta era tomada como um sim; se inclinasse longe, o reverso era interpretado como a palavra dos Deuses . 

        
Após o festival, a imagem sagrada retornava ao templo, onde cerimoniosamente era limpa por sacerdotes para remover toda poeira e sujeira. A água consagrada sendo usada neste processo era distribuída ao povo, que  atribuía a  ela,  poderes curativos. 






terça-feira, 8 de novembro de 2011

O Templo que voou como um pássaro



Ramsés não conseguia fechar os olhos. Os golpes das picaretas quebrando a rocha resoavam em sua cabeça.

 - "Ouves?" , pergunta ele à esposa Nefertari, que também estava desperta e igualmente inqueta.
 - "Aonde iremos? Será possivel que nos tirem de nosso lugar depois de tantos séculos?"
(Tawfik El-Hakim, Romancista Egípcio)

O APELO A HUMANIDADE

O diálogo entre Ramsés II e sua esposa "ocorreu" em 1964 em frente do Grande Templo de Abu Simbel, às margens do Médio Nilo...pouco antes de serem fechadas as comportas da Grande Represa do Assuã. Essa represa iria formar um imenso lago de 500 km de comprimento, dando uma larga faixa ao longo do rio e com uma parte inestimável do patrimônio cultural da Núbia (entre o Egito e Sudão). Os governos dos dois paises e a UNESCO (um orgão da ONU) fizeram, então, um apelo a todosos paises para salvar os sítios arqueólogicos e monumentos da Núbia.

 A VITÓRIA DA HUMANIDADE

Dezessete nações uniram-se ao Egito e Sudão. Foram: Polônia, Itália, Tchecoslovaquia, Estados Unidos, União Sovietica, Austria, Alemanha Ocidental, Ìndia, Espanha, Grã-Bretanha, Holanda, Gana, Finlândia e Argentina. Cada país se responsábilizou por um trecho promovendo pesquisas, escavações, desmontagem, transladação e reconstrução dos monumentos em local mais alto...
Outros paises ajudaram com financiamentos. Assim foi possivel fazer um grande número de descobertas e salvar muitas obras de valor inéstimavel como os Templos de Ramsés II em Abu Simbel. Foram abertos também, diversos Museus no Egito e no Sudão para receber a grande quantidade de material histórico descoberto.

UM EXEMPLO: O SALVAMENTO DE ABU SIMBEL

Os dois Templos de Abu Simbel foram escavados na rocha por Ramsés II que reinou entre 1290 a 1224 a. C. Estudados vários projetos, o governo Egípcio optou pelo translado dos   Templos para um local próximo 60 metros mais alto, depois de tê-los cortado em blocos. Custo dos trabalhos: 42 milhões de  dólares. Os dois monumentos foram cortados em 1036 blocos, pesando cada um entre 7 e 30 toneladas. E foram remontados no novo local. iniciada em 1964, a realização da obra - considerada "uma das maiores façanhas tecnicas de todos os tempos - foi concluida em 1968.  



 - "É estranho" -  dizia Ramsés, contemplando o Nilo.
 - "O rio jamais me pareceu tão baixo , nem nosso Templo tão alto!"
Nefertari ria:
 - "Queres acaso dizer que o Templo voou como um passáro até o topo da montanha?"
 - "O Templo já não está em seu lugar... Mas ainda não sei como isso aconteceu" - Prosseguia Ramsés.
 - "Por que dizes isso? Olha em volta, nada mudou!" - retorquia Nefertari

Ramsés olhava em torno. Via um camponês seminu, ligando o chaduf para irrigar seu campo, outro camponês trabalhava com um arado puxado por duas vacas. Via os mesmos asnos carregando os mesmos sacos com folhas de palmeira. Tudo estava igual... só seu Templo mudara. E ele não sabia como isso acontecera. 


500 Anos de Trevas

                             

A história tradicional conta que, entre 1200 a.e.c. e 700 a.e.c., a Grécia passou por uma Idade das Trevas. Logo após a famosa Guerra de Tróia, aquela exuberante civilização regrediu à barbárie. O povo abandonou as cidades e partiu para o campo. A arte da escrita se perdeu. Nenhum registro foi preservado. Durante um bom tempo, isso foi consenso entre os estudiosos.

Mas, nas últimas décadas, alguns arqueólogos tentam provar que tal época teria durado bem menos que 500 anos - ou talvez nem tenha existido. São os chamados revisionistas, que defndem a tese de que tudo foi causado por uma confusão feita no século 19. Até aquela época, ninguém tinha falado em Idade das Trevas. O termo foi adicionado à história grega por egiptólogos Ingleses.

Assim que Champollion começou a decifrar a escrita egípcia, na década de 1820, foi dada a largada para uma corrida maluca: todo arqueólogo queria ser o descobridor de um novo faraó. Como guia para a tarefa, escolheram a lsita do escriba Maneton, uma relação de 30 dinastias de rei egípcios escrita no século 3 a.e.c.. por encomenda do farató Ptolomeu II (de origem grega), com o objetivo de estabelcer uma correlação entre as culturas egípcia e grega. A lista tinha uma temporal aparentemente completa do Egito. Já para os gregos, o período conhecido pelos estudiosos era bem menor. Esta seria a chave do problema: como a cronologia egípcia foi oficializada para reger a história antiga, o tempo dos gregos teve que ser "esticado" para ficar do mesmo tamanho. Como resultado, inventaram a Idade das Trevas.

Há evidências que parecem sustentar a teoria dos revisionistas. Ao fim da tal Idade das Trevas, Homero escreveu os versos que narram os eventos da Guerra de Tróia. Mas como ele teria conseguido descrevr com detalhes os costumes e armas daquela época 500 anos depois do combate? Se durante esse intervalo não havia escrita, textos de outros autores também não poderiam ter servido como referência. E po que Homero não compôs nenhum verso sobre os 500 anos posteriores à Guerra de Tróia?

Para piorar, a lista de Maneton parece tr alguns furos. A relação pode tr sido aumentada de propósito, para valorizar a tradição egípcia e monosprezar a grega. O recurso usado teria sido a duplicação: faraós apareciam na cronologia mais de uma vez, mas com nomes diferentes.

sábado, 20 de agosto de 2011

Os discípulos de Thot



            Uma velha árvore estende sua ramagem imponente no meio do salão sagrado do templo de Aton-Rá, em Heliopolis. Nesse santo lugar, Thot e a Deusa Seshat, mestra da escrita e soberana da casa dos livros, dedica-se a uma tarefa curiosa. Nas folhas da árvore, inscrevem o nome de cada um dos monarcas que reinaram sobre o Egito. Assim, a lembrança dos reis e de seus feitos passará a posteridade. A exemplo dessas Divindades, os egípcios escrevem muito: anotam tanto os acontecimentos históricos mais importantes quanto os fatos mais corriqueiros. Os que conhecem a escrita, chamada “palavras do deus”, gozam de consideração e poder – os escribas são os colegas terrestres de Thot. Qualquer pai gostaria de ver seu filho dedicar-se a essa carreira.


É nisso que pensa o velho letrado Duauf, enquanto leva o filho Pepi a escola para realizar os longos e difíceis estudos que farão dele um funcionário do faraó. Antes de se separarem, o velho aconselha o menino:

- Meu filho, dedique-se aos livros de todo o coração, ame-os como a sua própria mãe, pois não há nada mais importante. Todos os ofícios são cheios de inconvenientes e misérias. Apenas o homem instruído, aquele que se dedica à função de Thot, à nobre carreira das letras, pode usufruir uma felicidade profunda e duradoura.

Pepi sempre se lembrará dessas recomendações, que no decorrer dos anos de escola, os professores não deixarão de repetir. É claro, melhor ser escriba do que suportar as tristezas da vida de uma soldado ou a existência modesta de um camponês... Ao término de sua penosa educação, Pepi assumirá as funções num dos escritorios da administração real. Lá sob a efígie de um babuíno branco, trabalhará com dedicação, sem se esquecer de, todos os dias, reverenciar e honrar Thot, secretário dos Deuses. E será considerado um homem importante e respeitável, detentor de um saber inacessível aos demais.

domingo, 31 de julho de 2011

Reggae dos Faraós


Gostaria de pedir desculpa á vocês, por não ter colocado novas postagem, estava bastante atolado, com os estudos e o trabalho!!!
Enfim, resolvi compartilhar uma música que eu gosto muito, que fala um pouco sobre os Faraós!!!
Segue a letra em baixo:

Necrópole de Tebas
Fim de uma dinastia
Surgiu um novo imperio
E o Olodum traz o Egito à Bahia

De Amenofis IV
ao divino Aquenaton
Onde o império reinava
A juventude de Tutancâmon

O reflexo do sol
do sol, do sol, do sol
brilha em Olodumaré
Que em pleno deserto
Contemplava a esfinge de Gizé

Cadê Salvador?
lá lá lá
Como é que é?
lá lá lá
io io io io
ó ó ó
io io io io
Este é afro Olodum
Que canta o Egito dos faraós
E Cadê meu Pelô?
lá lá lá
Como é que diz ?
óóóó
io io io ooo
Que canta o Egito dos Faraós
Deixa comigo heim?

A natureza criou
criou criou criou
O deserto do Saara
E a mão divina
A pirâmide de Sacara

E no Egito o Nilo é
O seu rio principal
Quefrén construiu
A esfinge universal

Definitivamente
Menes unificou
E Hieroglifo
Champollion
que decifrou

Cadê meu Brasil?
lá lá lá lá
Este é o afro Olodum
Que o canta o Egito dos faraós
Cadê Salvador ?
lá lá lá
io io io io
ó ó ó
io io io io
Este é o afro Olodum
Que canta os faraós

Ramsés II
II, II II
Vaidade e grandeza
marcou o climax
de esplendor e riqueza

dois homens desputavam
A coroa da nação
E o mau Set derrotado
Planejou a traição

Definitivamente
Menés unificou
E o Hieroglifo
Champollion
que decifrou

sábado, 23 de abril de 2011

Não esqueci de Vocês!!!!



Seguindo o exemplo do Blog ClãsCaliet, de meu querido Pai Corvus Lucìfero; gostaria de pedir desculpas pela demora de não ter colocado ao longo destes meses novas postagens. Estou passando por um período de correria na minha vida, com trabalho e estudos ao mesmo tempo, não me deixando tempo para me dedicar ao blog, inclusive pelo fato de que em minha casa meu PC estar quebrado!!! (oque eu estou achando uma trágedia!!!!). No entanto não paro de pensar em novos temas  para serem compartilhados com vocês, e se tiverem alguma sugestão sobre os próximos temas que podem ser postados é só mandar seu comentário!!!!

Que os Deuses abençõem todos vocês!!!!!
bjus!!! 
                                                          

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Herodoto nos conta...


Que após a vitoria de Pelusa sobre os egípcios, o rei Persa Cambises tentou humilhar Psametico III, fazendo desfilar a sua frente, em meio a varias outras moças, a sua própria filha, vestida como uma escrava e carregando um balde na mão; depois o filho, junto com outros jovens egípcios de sua idade, "com cordas atadas em torno de seus pescoços e com freios em suas bocas".

Mesmo em tal situação, o Faraó submetido não externou qualquer lamento como faziam todos os egípcios, reagindo com um abaixar de cabeça, olhando para o chão. Entretanto, quando desfilou a sua frente um "homem já idoso e outrora rico, mas agora apenas um mendigo pedindo esmolas aos soldados", Psametico começou a soluçar e a bater as mãos na cabeça.

Ao saber do ocorrido, e admirado com a atitude do Faraó, Cambises mandou perguntar-lhe por que razão não havia chorado nem gritado diante da filha humilhada e do filho a caminho da morte, "só concedendo esta honra a um mendigo" que nada significava para Psametico. A explicação considerada sabia por Cambises, resumiu-se nestas palavras: “Minha mágoa familiar era grande demais para ser chorada, mas o infortúnio de meu companheiro provoca lágrimas; alguém que perdeu a riqueza e a felicidade e agora, no limiar da velhice, chegou ao extremo de mendigar

HERODOTO LIVRO II