A cartela ou cartucho real era um pedaço de corda amarrada em forma de elipse, em cujo interior se escrevia o nome do faraó. Essa denominação vem do francês cartouche: os soldados franceses durante a campanha de Napoleão pelo Egito, a chamavam assim por causa do formato alongado da corda que, segundo eles, lembrava o dos cartuchos das suas espingardas; as cartelas continuam sendo chamadas assim até hoje. Logo foram associadas com o uroboros, a serpente que morde a própria cauda e que simboliza um círculo sem príncipio nem fim: a ideia da eternidade e da ressureição. A sua importância foi tal que muitos objetos eram produzidos com esse formato.
Contudo, a sua principal utilidade era circundar um nome para protege-lo. Por isso, quando se queria acabar com a mémoria de um faraó, eram destruídas suas cartelas, pois acreditava-se que dessa forma sua alma deixaria de existir; exemplos deste tipo podem ser vistas nas cartelas do faraó Akhenaton, que após sua morte teve seu nome riscado dos registros e monumentos pelos seus sucessores da XIX dinastia.

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