- Poligamia ou... poliandria?
nenhum exemplo comprovado de poligamia.
Teria havido, em contrapartida, casos de poliandria? Duas damas do Médio Império, Menquet e Kha. foram durante muito tempo suspeitas de terem tido dois maridos simultaneamente. Mas a egiptologia inocentou-as. Na realidade, tratava-se de esposos sucessivos. Após um período de viuvez, as duas damas tinham abandonado a sua solidão.
- Casamento entre irmãos?

Estas linhas mergulham-nos numa série de confusões. A mais clara é a mistura do mito com o quotidiano; além disso, o autor parece ignorar que a mulher trata o marido por "meu irmão" e que o marido trata a mulher por "minha irmã". Um casal é, pois, constituído por um irmão e uma irmã, o que torna quase impossível o trabalho dos genealogistas.
É provável que na época ptolomaica a corte grega de Alexandria tenha celebrado casamentos reais entre irmãos para perpetuar a pureza dinástica. Na época romana, este tipo de união foi praticado nas aldeias, mas não sem uma boa razão: para preservar o património de raiz. Nas épocas anteriores, não há exemplos de casamentos entre irmãos de sangue na população egípcia.
O que se passava na corte? Na sua qualidade de esposo, o Faraó é também um "irmão" e a
Grande Esposa Real "uma irmã". A maior parte dos casamentos julgados consanguíneos aparecem hoje como uniões com uma meia-irmã. Além disso, o casamento do Faraó com a sua irmã carnal, ou com a sua filha, tem normalmente um valor simbólico e ritual, não sendo consumado fisicamente, como aconteceu nas bodas de Ramsés II com as suas filhas, uma delas mostrada na foto acima, a Princesa Bentanat.
Mais uma vez, devemos desconfiar das nossas leituras sobre o Egipto faraónico.
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