domingo, 2 de setembro de 2012

Substantivos Egípcios


Define-se substantivo como palavra que designa seres e objetos reais ou uma ação, estado, ou qualidade ao qual pode ser atribuído gênero e numero. Na língua egípcia não era diferente.  



Como no português, o egipcio possuia apenas dois generos, masculino e feminino. É facil dizer qual gênero pertence um substantivo: com poucas exceções, todos os substantivos femininos possuem uma letra adicionada ao final,; por exemplo a palavra  snt "irmã"   T22-N35:X1-B1 (raiz sn "irmão" T22-N35:A2). Substantivos masculinos geralmente não possuem uma terminação especial, embora alguns apresentem as letras j (i) ou w  adicionadas a raiz da palavra: khftj "inimigo', khfaw "serpente".

Na parte destacada se lê "Amon-Rá, Rei dos Deuses",
note os três traços indicando o plural
para da palavra "deus".
Para saber se um substantivo se referia a mais de uma coisa, os egipcios precisavam apenas adicionar a letra (u) no final dos substantivos masculinos, como em ntrw "deuses", e para os femininos a terminação wt, como em ntrwt "deusas". Na escrita, para apresentar esta regra, adicionava-se apenas três traços ao final da palavra. Os escribas também criaram um metodo para que um substantivo indicasse apenas duas coisas. Esta regra, era expressa colocando-se a terminação wj para substantivos masculinos e tj para femininos.                     


Por ultimo, é importante ressaltar que o substantivo egípcio não possuía artigo definido ou indefinido.desta maneira  um substantivo tal como HfAw V28-I9:F40-G43-I15, poderia significar tanto "A serpente", "Uma serpente" ou exatamente "sepente". a ausencia do "A" e "Uma" pode parecer confuso a principio, mas você em breve verificará que não apresenta problemas na maioria das sentenças. Muitas línguas modernas, tais como o Russo, também não possuem  artigos definidos ou indefinidos, e ficam muito bem sem elas.


sábado, 28 de julho de 2012

Os Últimos Dias do Ano





Tinha começado o período por todos receado: o dos cinco últimos dias do ano, não incluídos no calendário harmonioso que compreendia de doze meses de trinta dias. Aqueles cinco dias fora do ciclo regular constituíam o domínio de Sekhmet, a aterradora Deusa com cabeça de leão que, rebelando-se contra a luz, teria massacrado a humanidade se os Deuses não intervissem uma ultima vez em seu favor, fazendo crer a fera divina que estava bebendo sangue humano quando na realidade, estava absorvendo uma cerveja vermelha a base de joio.

Todos os anos, no mesmo período, Sekhmet ordenava as suas hordas de doenças e miasmas que se espalhassem pelo país e encarniçava-se em libertar a terra da presença de seres humanos maus, covardes e conspiradores. Nos templo, as pessoas cantavam dia e noite litanias destinadas a acalmar Sekhmet, e o Faraó em pessoa diria uma liturgia secreta que permitia uma vez mais, se o rei fosse justo, transformar a morte em vida

Durante esses temíveis cinco dias, a atividade econômica era quase interrompida; adiavam-se projetos e viagens, os barcos ficavam no cais; muitos campos permaneciam vazios. Alguns retardatários apressavam-se em reforçar os diques que exigiam os últimos reforços, receando o aparecimento dos ventos violentos, testemunho do furor da leoa vingativa. Sem a intervenção do Faraó, oque restaria do país, devastado por um desencadear de potencias destrutivas?       


Extraído do livro "Ramsés: o Filho da Luz"
de Christian Jacq

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Nós e as Múmias - Entrevista com Christian Jacq



O escritor francês, autor da série de romances
Ramsés, diz que o mundo contemporâneo
deve muito ao Antigo Egito


Carlos Graieb

Desde o final de 1998, a lista de livros mais vendidos de VEJA, principal referência tanto para leitores como para editores brasileiros, hospeda as obras do francês Christian Jacq. Autor de romances ambientados no Antigo Egito, berço de uma das civilizações mais fascinantes da História humana, Jacq fala de faraós e princesas do Nilo com a autoridade de estudioso do assunto. Ele é capaz de ler hieróglifos como quem lê o jornal na mesa do café da manhã. O escritor apaixonou-se pelo Egito no início da adolescência e visita o Cairo diversas vezes por ano, onde é recebido de maneira calorosa pelos arqueólogos lá baseados. "É nas velhas tumbas, entre pinturas e inscrições milenares, que me sinto em casa", costuma dizer. Em seus livros, Jacq mistura conhecimento histórico com aventura e fantasia. Sua fórmula vem alcançando um sucesso extraordinário. Em 25 países, os cinco volumes da série Ramsés venderam mais de 5 milhões de exemplares – 250.000 dos quais só no Brasil. Jacq acaba de lançar uma nova saga, A Pedra da Luz, que já ocupa o primeiro lugar na lista de mais vendidos de VEJA. Serão quatro romances no total. Nesta entrevista, ele fala sobre múmias, arqueologia e o futuro das pirâmides.



VEJA – Como o senhor explica essa mania atual pelas coisas do Antigo Egito?

Jacq A "egiptomania", como dizem os franceses, não tem nada de recente. Ela foi e voltou várias vezes ao longo dos últimos 500 anos. Nos séculos XIV e XV, o enigma dos hieróglifos ocupou diversas mentes brilhantes. Na época dos grandes impérios europeus, o Antigo Egito exerceu um fascínio especial sobre os poderosos – Napoleão, por exemplo, era um apaixonado pelas pirâmides. Quanto ao século XX, acho que um momento foi importante para atrair o interesse das pessoas: a descoberta da tumba de Tutancâmon, com seu tesouro maravilhoso. Esse evento ganhou as páginas dos jornais e criou uma mística que parece inesgotável. E ela tem razão de ser – afinal de contas, estamos falando de uma das maiores civilizações da História universal. O Antigo Egito foi um dos berços da medicina, da literatura e das artes. Lá nasceram valores e idéias que ainda permanecem vivos.


VEJA – Quais? 

Jacq – Pense na tolerância. Os egípcios jamais promoveram perseguições religiosas. Entre eles não havia absolutismo moral. Foi no Egito, ainda, que nasceu a idéia de espírito. Mais: de que matéria e espírito deveriam viver em harmonia. A sociedade egípcia almejava a felicidade terrena e acreditava que todos os seus estratos tinham direito a ela. Alguns fundamentos do cristianismo podem ser considerados adaptações da antiga religião egípcia. O mais visível é o próprio conceito de eternidade – de que a vida terrena não é mais do que uma passagem para uma dimensão maior. A idéia do Cristo-Rei, por oposição ao Cristo sofredor e torturado, também tem raízes egípcias.

VEJA – E quanto à tradição literária?

Jacq –  O Egito nos legou um grande número de textos verdadeiramente artísticos, que são objeto de estudo dos egiptólogos. Para começar, temos as inscrições nas pirâmides e monumentos. Eu não hesitaria em compará-las às maiores epopéias da Antiguidade, como a Ilíada ou a Odisséia, ou até mesmo a obras mais tardias, como a Divina Comédia, de Dante. Elas relatam verdadeiras viagens do espírito humano. Além disso, existe um extenso corpo de poesias líricas e de narrativas de aventuras. Há ainda relatos históricos, como o da Batalha de Kadesh, que serviu de base para um de meus romances, e livros de sabedoria, dos quais traduzi alguns, cheios de conselhos e máximas. Estes últimos seriam equivalentes aos manuais de auto-ajuda de hoje em dia.

VEJA No cinema, principalmente, as múmias foram transformadas em monstros. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

Jacq – As pobres múmias já causaram todo tipo de impacto sobre o imaginário ocidental. No século XIX, havia uma crença absurda de que o pó das múmias tinha poderes afrodisíacos. Por causa disso, inúmeras tumbas foram violadas e seus conteúdos destruídos. A transformação das múmias em monstros é, em boa parte, culpa de exploradores desleixados, que as manuseavam e transportavam sem tomar os cuidados necessários. Dessa forma, muitas assumiram de fato um aspecto horrendo. Mas basta olhar uma múmia bem conservada para mudar de idéia. Uma das mais famosas é a de Seti I, o pai de Ramsés. Diante dela, você ainda pode sentir todo o poder e a sabedoria daquele homem.

 Devemos lembrar, também, que as múmias eram símbolos de vida, e não de morte. Os egípcios as produziam para evitar que a essência humana se dispersasse no vácuo. Nos últimos tempos, as múmias voltaram a ser admiradas. Recentemente, uma sala especial dedicada a elas foi inaugurada no Museu do Cairo. Exige-se dos visitantes que eles observem um silêncio respeitoso, e as pessoas realmente ficam quietas, pois a visão é impressionante. Quanto à famosa maldição de Tutancâmon, creio que não há muito mais a dizer. Alguns dos primeiros exploradores da tumba morreram por inspirar um fungo que crescia nas suas paredes. As outras mortes atribuídas à maldição são bobagem. Fiquem tranqüilos, leitores, as múmias não lhes desejam mal.

VEJASeus livros são marcados pelo misticismo. O senhor é místico?

Jacq – Não, não sou místico. Como autor, tento mostrar como os egípcios viviam a sua própria realidade. Era uma civilização em que os espíritos e a magia pontuavam vários aspectos do cotidiano. Um ponto curioso e pouco divulgado é que os egípcios acreditavam na existência de um Deus único. Ele, no entanto, se manifestava por meio de divindades menores, ligadas aos elementos – a água, o fogo, o ar e a terra.

VEJA – Há muitas informações a respeito da sexualidade dos antigos egípcios?

Jacq – A base da família egípcia era o casal. Dois ou três filhos eram bem-vindos, mas a falta de descendentes não representava uma tragédia. Um fato particularmente interessante é que as mulheres egípcias dispunham de diversos métodos contraceptivos. Ou seja, a mulher era livre em suas escolhas. Os egípcios, aliás, nutriam um grande amor pelas mulheres. Não é difícil saber o porquê: elas eram muito bonitas, como mostram as imagens que sobreviveram. Por falar em imagens, existem papiros com ilustrações de posições eróticas, os quais constituem uma espécie de Kama Sutra.

VEJANa Antiga Grécia, a homossexualidade ocupava um lugar de destaque. E no Egito?

Jacq Há referências à homossexualidade em certos textos, mas aparentemente os egípcios não a apreciavam muito. Algumas fontes de mandamentos morais, inclusive, mencionam a rejeição à homossexualidade. Os egípcios eram um povo tolerante, mas não davam a essa prática a mesma importância social que os gregos.

VEJAQual a idéia mais errada que as pessoas fazem em relação ao Antigo Egito?


Jacq – A de que as pirâmides foram construídas por escravos, que passavam por terríveis privações, eram chicoteados e tudo o mais. Todos os egiptólogos já refutaram essa idéia, mas ela ainda persiste nos filmes e no imaginário popular. 

Jamais houve escravidão no Egito. Todos os que trabalharam na construção dos monumentos recebiam salário – embora, como hoje, houvesse diferenças marcantes entre os salários dos diversos tipos de operários.

 Um segundo erro é o de que o faraó seria uma espécie de tirano, cercado de servas e concubinas. Pois bem: eu não desejaria a ninguém o cotidiano de um faraó, que era ainda mais pesado do que o de um chefe de Estado atual. Para começar, ele precisava acordar antes do amanhecer e fazer suas orações no templo. Em seguida, tinha de cumprir uma longa agenda de reuniões com ministros, com emissários de outros países etc. Além disso, o faraó não era um monarca absolutista. O regime egípcio estava muito mais próximo da monarquia constitucional. O rei devia respeitar uma série de normas, fundadas sobre as idéias de retidão e justiça e sobre a necessidade de alimentar toda a população. Os textos dizem literalmente que o faraó estava sujeito a essas leis primárias.

VEJA Ramsés, herói de seus livros, seria um bom governante nos dias de hoje?

Jacq – Creio que sim. Na época, a região compreendia povos com interesses conflitantes, como palestinos, hititas, sírios etc. Ramsés conseguiu promover a paz entre eles. Até hoje podemos ver o tratado que sela essa paz, escrito em hieróglifos nos muros de Karnak. É um texto de inacreditável modernidade.

VEJAA idéia do arqueólogo como uma espécie de Indiana Jones faz algum sentido atualmente?

Jacq – Não. O arqueólogo como aventureiro pertence mais ao século XIX. Hoje, a grande aventura para a arqueologia está na exploração dos métodos científicos, que vão desde a biologia molecular até o uso de satélites para o mapeamento de sítios.

 VEJA Cientistas descobriram traços de tabaco e cocaína nos tecidos de uma múmia. Como isso é possível se ambos os produtos são originários da América?

Jacq – Bem, há quem diga que existia uma rota de comércio entre o Antigo Egito e a América. Além das amostras de tabaco e cocaína nas múmias, os defensores dessa tese apontam como evidência o fato de os astecas também terem construído pirâmides. Conheço muito pouco as civilizações da América do Sul para dar uma opinião séria a respeito desse ponto, mas acho que é preciso manter o espírito aberto. Eis aí uma bela questão para os jovens arqueólogos. Não acho que seja absurda a idéia de que os egípcios possam ter realizado viagens transoceânicas.

VEJA Países como a Grécia reclamam a devolução de objetos que foram retirados de seus sítios arqueológicos e levados para museus da Inglaterra e da França. O senhor acha justo esse tipo de reivindicação?

Jacq – Minha visão é pragmática. Durante muito tempo, o governo egípcio não mostrou a menor preocupação em preservar seu acervo arqueológico. 

Ninguém roubou o obelisco que enfeita a Praça da Concórdia, em Paris. Ele simplesmente foi vendido à França. Há também templos inteiros que foram doados a determinados países europeus por razões políticas. Será que deveríamos devolver tudo? No plano moral, sim. No plano prático, acho que não podemos ter ilusões. Os objetos que preenchem as prateleiras do Louvre, do Museu Britânico ou do Museu de Turim dificilmente voltarão ao Egito. 

Para mim, a solução ideal está na reconstituição dos monumentos mais importantes. Dou-lhe um exemplo: ao lado da pirâmide de Saqqara, existe um santuário onde foi colocada uma imitação perfeita da estátua original do faraó. Ficou ótimo. Há muitos sítios que poderiam passar por reformas semelhantes, sem que para tanto fosse necessário gastar quantias absurdas de dinheiro.

VEJA O que falta descobrir no Egito?

Jacq – Segundo as estimativas mais recentes, descobrimos somente 20% ou 30% de tudo o que existe sob as areias do Egito. Mesmo no caso dos sítios mais conhecidos, como o de Gizé ou o de Saqqara, há várias áreas que permanecem intocadas. Uma das descobertas que ainda precisam ser feitas é a do túmulo de Imhotep. Ele era arquiteto, médico, astrônomo e escritor. Foi um dos grandes espíritos da História da humanidade. O local da tumba é um mistério para os arqueólogos, mas já foi visitado por ladrões. Existem vários objetos com o nome de Imhotep, de autenticidade comprovada, que já foram vendidos por antiquários.

VEJA As pirâmides sobreviverão por mais quarenta séculos?


Jacq Sou pessimista. Há inúmeros problemas, e não sabemos como solucioná-los. Para começar, a Barragem de Assuã mudou o clima do Egito. Hoje, chove muito mais do que na Antiguidade e as pedras são sensíveis à umidade. Existe ainda a questão demográfica. A população do Egito aumenta à razão de 1 milhão de habitantes por ano e, com ela, crescem as cidades. Casas e prédios foram construídos às margens do platô das pirâmides. Por fim, existe o grave problema da poluição. Se não surgirem novas técnicas de preservação, acho difícil que esses monumentos durem outros 4.000 anos


Revista VEJA  edição 1648 de 10/02/2000


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Uma Visita ao Museu Eugênio Teixeira Leal/Memorial do Banco Econômico



Feliz 2012!!!
Começamos esse ano com algo diferente... E nada mais diferente do que sair da frente do computador e fazer uma visita a um Museu. Geralmente temos sempre em mente que nestes locais  “só tem coisa velha”, ou é um “lugar chato de se ir” . É bem verdade que há em muitos deles objeto antigos, mas ser “um lugar chato de se ir”, é fora de nexo.

Para exatamente mudar esses conceitos, Os Caminhos de Kemet ,  resolveu visitar o Museu Eugênio Teixeira Leal/Memorial do Banco econômico.

Mais conhecido como o Museu Dinheiro, o Museu/Memorial abriga em suas instalações, além das salas de exposições, uma biblioteca, um arquivo histórico, um Cine-teatro e uma lojinha de suvenires se quiser levar um pouquinho do Museu com você!

Replica de um balcão da década de 20

Na primeira sala que visitamos, chamada de A História de um Banco, relembramos através de seus painéis, pinturas, e documentos a longa história do antigo Banco Econômico, o primeiro banco privado da America Latina e do Brasil.






Na segunda sala temos a História do Dinheiro, do escambo aos dias atuais

O escambo, no Período Neolítico, e na era pré-Monetária
Naquela época  diversas mercadorias eram utilizadas como meio de troca , entretanto, algumas  tornaram-se mais importantes do que as outras; um exemplo disso foi o gado bovino, e o sal, de onde vem a palavra salário.
O Antigo Egito, é claro, não poderia deixar de estar presente, como aparece na vitrine dos metais como meio de troca.


Moedas Chinesas, chamadas
também de Moedas-Objetos,
por causa do seu formato. 
Replica de Moedas Egipcias
A forma da moeda como a conhecemos, em formato de disco, surgiu no Mundo Grego por volta do séc. VII a.C.

                      


Além da sala da História do Dinheiro, temos no primeiro andar, a sala de Medalhas e Condecorações, nacionais e estrangeiras, de grande valor artístico, com um destaque especial para a Ordem N. Sr. Jesus Cristo, a direita, e a Imperial Ordem da Rosa, a esquerda, instituída por Dom Pedro I em 1829. 



                               
    Não posso deixar de mostrar para vocês a Ordem do Nilo, uma condecoração criada em 1915 pelo sultão Hussein Kamel para serviços excepcionais prestados ao Egito.


Enfim, passear pelo Eugênio  "proporciona um momento de lazer e conhecimento, pois cada peça representa um momento da história e reconta através da arte o contexto político, social e cultural que pertenceram".

O pouco que aqui foi mostrado deste Museu pode ser conferido gratuitamente, das 9h as 18h, de Terça a Sexta ou das 13h a 17h em finais de semana.
O Museu localiza-se na Rua do Açoguinho, n° 1 - Pelourinho, Salvador - BA,
Tel: (71) 3321-9551 / 3321-8308

Se você quiser acompanhar a Programação do Museu Eugênio Teixeira Leal, e encontrar também um pouco de Arte, recomendo o Blog  CiMarquesArtes http://cimarquesartes.blogspot.com/  de minha amiga Cileide. Confiram!!! Vocês vão gostar!!!

Então, apos ler este post, levante-se da frente do computador, e visite um Museu! Faz muito bem a saúde....



quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Vamos a Festa?



Quem não gosta de uma festa? Há, é claro, exceções;  no entanto sempre nos sentimos embalados pela agitação, pela musica e pela diversão, ou em um sentido religioso, pelo contato com o sagrado. No Brasil, dependendo da região em que nos encontremos, as festividades variam muito. Aqui na Bahia, o sagrado e o profano se cruzam constantemente nas festas populares. No Antigo Egito não era diferente.

Havia festivais para celebrar a vida e a morte de parentes, festivais em honra de Divindades nacionais, e também aquelas para comemorar a época do plantio, da colheita e das cheias do Nilo. Durante o Novo Império (1552 a 1069 a.C.) tornou-se costume celebrar o retorno triunfante de um exercito vitorioso do exterior. Aniversários de faraós eram celebrados como dias sagrados, quando negócios não eram realizados, e escritórios públicos eram temporariamente fechados; e nos cinco últimos dias do ano, celebravam-se os nascimentos de Osíris, Haroéris, Set, Ísis e Néftis.

Os meses foram estabelecidos em calendários lunares pelos sacerdotes, no qual a cada um foi dado um nome especifico correspondendo ao festival ou a Divindade venerada naquele mês em particular. Essas celebrações se expressavam em dias de Lua Nova e Lua Cheia, bem como durante eclipses Lunares.

Assim como no nosso Brasil, o numero e a duração das festividades egípcias variava de acordo com a região. Na antiga cidade de Tebas, por exemplo, o primeiro festival do ano conhecido como a “Festa de Opet”, chegou a ser realizado durante um mês inteiro. Neste festival a imagem do Deus Amon-Rá era retirada de seu Templo em Karnak e conduzida em uma barca rio acima a outro templo em Luxor, onde permanecia durante cerca de 30 dias. Quando a imagem retornava à Karnak, uma procissão e festividades tomavam lugar.


Mais ou menos no final de Novembro, de acordo com nosso atual calendário, maciças multidões rumavam para a cidade de Abidos, um dos centros religiosos de maior veneração popular no Egito, para participar das cerimônias que reconstruíam a morte e renascimento de Osíris.



Magia e Religião inspiraram as primeiras danças do Egito, e nenhum festival estava completo sem sua presença. Multidões entoavam cantos e dançarinos realizavam surpreendentes acrobacias. Sacerdotes aplaudiam e sacerdotisas sacudiam seus Sistros para o ritmo da orquestra tocando em honra dos Deuses. Nessas ocasiões perguntas eram feitas as Divindades, que podiam ser respondidas com um “sim” ou “não” . Se a barca (nas mãos dos sacerdotes) inclinava-se para o solicitante, a resposta era tomada como um sim; se inclinasse longe, o reverso era interpretado como a palavra dos Deuses . 

        
Após o festival, a imagem sagrada retornava ao templo, onde cerimoniosamente era limpa por sacerdotes para remover toda poeira e sujeira. A água consagrada sendo usada neste processo era distribuída ao povo, que  atribuía a  ela,  poderes curativos. 






terça-feira, 8 de novembro de 2011

O Templo que voou como um pássaro



Ramsés não conseguia fechar os olhos. Os golpes das picaretas quebrando a rocha resoavam em sua cabeça.

 - "Ouves?" , pergunta ele à esposa Nefertari, que também estava desperta e igualmente inqueta.
 - "Aonde iremos? Será possivel que nos tirem de nosso lugar depois de tantos séculos?"
(Tawfik El-Hakim, Romancista Egípcio)

O APELO A HUMANIDADE

O diálogo entre Ramsés II e sua esposa "ocorreu" em 1964 em frente do Grande Templo de Abu Simbel, às margens do Médio Nilo...pouco antes de serem fechadas as comportas da Grande Represa do Assuã. Essa represa iria formar um imenso lago de 500 km de comprimento, dando uma larga faixa ao longo do rio e com uma parte inestimável do patrimônio cultural da Núbia (entre o Egito e Sudão). Os governos dos dois paises e a UNESCO (um orgão da ONU) fizeram, então, um apelo a todosos paises para salvar os sítios arqueólogicos e monumentos da Núbia.

 A VITÓRIA DA HUMANIDADE

Dezessete nações uniram-se ao Egito e Sudão. Foram: Polônia, Itália, Tchecoslovaquia, Estados Unidos, União Sovietica, Austria, Alemanha Ocidental, Ìndia, Espanha, Grã-Bretanha, Holanda, Gana, Finlândia e Argentina. Cada país se responsábilizou por um trecho promovendo pesquisas, escavações, desmontagem, transladação e reconstrução dos monumentos em local mais alto...
Outros paises ajudaram com financiamentos. Assim foi possivel fazer um grande número de descobertas e salvar muitas obras de valor inéstimavel como os Templos de Ramsés II em Abu Simbel. Foram abertos também, diversos Museus no Egito e no Sudão para receber a grande quantidade de material histórico descoberto.

UM EXEMPLO: O SALVAMENTO DE ABU SIMBEL

Os dois Templos de Abu Simbel foram escavados na rocha por Ramsés II que reinou entre 1290 a 1224 a. C. Estudados vários projetos, o governo Egípcio optou pelo translado dos   Templos para um local próximo 60 metros mais alto, depois de tê-los cortado em blocos. Custo dos trabalhos: 42 milhões de  dólares. Os dois monumentos foram cortados em 1036 blocos, pesando cada um entre 7 e 30 toneladas. E foram remontados no novo local. iniciada em 1964, a realização da obra - considerada "uma das maiores façanhas tecnicas de todos os tempos - foi concluida em 1968.  



 - "É estranho" -  dizia Ramsés, contemplando o Nilo.
 - "O rio jamais me pareceu tão baixo , nem nosso Templo tão alto!"
Nefertari ria:
 - "Queres acaso dizer que o Templo voou como um passáro até o topo da montanha?"
 - "O Templo já não está em seu lugar... Mas ainda não sei como isso aconteceu" - Prosseguia Ramsés.
 - "Por que dizes isso? Olha em volta, nada mudou!" - retorquia Nefertari

Ramsés olhava em torno. Via um camponês seminu, ligando o chaduf para irrigar seu campo, outro camponês trabalhava com um arado puxado por duas vacas. Via os mesmos asnos carregando os mesmos sacos com folhas de palmeira. Tudo estava igual... só seu Templo mudara. E ele não sabia como isso acontecera. 


500 Anos de Trevas

                             

A história tradicional conta que, entre 1200 a.e.c. e 700 a.e.c., a Grécia passou por uma Idade das Trevas. Logo após a famosa Guerra de Tróia, aquela exuberante civilização regrediu à barbárie. O povo abandonou as cidades e partiu para o campo. A arte da escrita se perdeu. Nenhum registro foi preservado. Durante um bom tempo, isso foi consenso entre os estudiosos.

Mas, nas últimas décadas, alguns arqueólogos tentam provar que tal época teria durado bem menos que 500 anos - ou talvez nem tenha existido. São os chamados revisionistas, que defndem a tese de que tudo foi causado por uma confusão feita no século 19. Até aquela época, ninguém tinha falado em Idade das Trevas. O termo foi adicionado à história grega por egiptólogos Ingleses.

Assim que Champollion começou a decifrar a escrita egípcia, na década de 1820, foi dada a largada para uma corrida maluca: todo arqueólogo queria ser o descobridor de um novo faraó. Como guia para a tarefa, escolheram a lsita do escriba Maneton, uma relação de 30 dinastias de rei egípcios escrita no século 3 a.e.c.. por encomenda do farató Ptolomeu II (de origem grega), com o objetivo de estabelcer uma correlação entre as culturas egípcia e grega. A lista tinha uma temporal aparentemente completa do Egito. Já para os gregos, o período conhecido pelos estudiosos era bem menor. Esta seria a chave do problema: como a cronologia egípcia foi oficializada para reger a história antiga, o tempo dos gregos teve que ser "esticado" para ficar do mesmo tamanho. Como resultado, inventaram a Idade das Trevas.

Há evidências que parecem sustentar a teoria dos revisionistas. Ao fim da tal Idade das Trevas, Homero escreveu os versos que narram os eventos da Guerra de Tróia. Mas como ele teria conseguido descrevr com detalhes os costumes e armas daquela época 500 anos depois do combate? Se durante esse intervalo não havia escrita, textos de outros autores também não poderiam ter servido como referência. E po que Homero não compôs nenhum verso sobre os 500 anos posteriores à Guerra de Tróia?

Para piorar, a lista de Maneton parece tr alguns furos. A relação pode tr sido aumentada de propósito, para valorizar a tradição egípcia e monosprezar a grega. O recurso usado teria sido a duplicação: faraós apareciam na cronologia mais de uma vez, mas com nomes diferentes.